A sombra
Há uma sombra cega que comigo passa
quando eu passo entre vós durante o dia;
não sei de onde ela vem, nem de que raça
era aquele que ela foi quando vivia.
Só sei que me acompanha, cega e baça,
e me estende as mãos em sórdida agonia;
e quando a noite vem e ela me abraça
sinto os beijos tristes de uma boca fria...
E eu fico acordado, pela noite fora,
à espera que a sombra volte à sepultura,
que me deixe dormir, se vá embora...
Que quer ela de mim? O que procura
quando me vem assombrar, quando me implora
que a siga (-Só desta vez!...) na noite escura?
1 Comments:
Caro amigo, não tens idéia de como suas palavras me fazem falta... Ainda hoje me pego a bebê-las, aqui na ribeira.
Tenho sede!Mas parece-me que a fonte secou...
Espero que um dia voltes a escrever.
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