(uma nota também, aos tais passantes... uma nota que no fundo no fundo é por si só um post)
Há muito tempo que me não escrevo aqui. Escrevo as coisas que penso ou as coisas que me acontecem, mas não aquelas que sou ou as que me andam fazendo. Por muitas razões, por aquilo que em nós todos há que não sabe de razão nenhuma. Tenho uma história que ainda não sei contar.
De uma brincadeira sobre quadras e santos populares a Aquilária fez uma dança como talvez só ela aqui pudesse fazer. Palavra puxa palavra, não é? O fora puxa por dentro. O meu avô das quadras, que gostava de palavras e gostava de me pôr a pensar, pediu-me uma vez para reparar na frase "mudo a falar". E é engraçado reparar nas coisas.
Por essas e por outras fica agora, aqui, uma última (?) volta na dança que me rodou. Diria as coisas de outra maneira, se as soubesse dizer. Mas é muito bom podê-las, pelo menos, sentir.
Rosa de prata a brilhar,
rosa de prata embrulhada,
ensina-me a navegar
que eu tenho de ir de jornada
que eu tenho de me ir ao mar
velado de barco à vela
para abrir de par em par
um coração à janela...
Levo um coração aberto
nele um espinho a sangrar
ai, rosa, que andar desperto
me faz ter medo de andar!
Faz-me ter medo das mágoas
que tenho p'ra atravessar,
já vestem de luto as águas
por que eu não saiba passar.
Mas se fores a rosa inteira,
rosa brava de dançar,
hás-de ensinar-me a maneira
de o meu barco se embarcar
e hás-de ser rosa-dos-ventos
para o caminho indicar
que faz de dois pensamentos
um coração a dobrar
e se me fores rosa rubra,
feita de amor e saudade,
hás-de deixar que eu descubra
que naveguei de verdade
e que encontrei o lugar
onde os olhos que me olharam
se deitam a descansar
nos meus olhos, que os guardaram.
Rosa de prata a brilhar,
rosa de prata embrulhada,
ensina-me a navegar
que não me resta mais nada...
Há muito tempo que me não escrevo aqui. Escrevo as coisas que penso ou as coisas que me acontecem, mas não aquelas que sou ou as que me andam fazendo. Por muitas razões, por aquilo que em nós todos há que não sabe de razão nenhuma. Tenho uma história que ainda não sei contar.
De uma brincadeira sobre quadras e santos populares a Aquilária fez uma dança como talvez só ela aqui pudesse fazer. Palavra puxa palavra, não é? O fora puxa por dentro. O meu avô das quadras, que gostava de palavras e gostava de me pôr a pensar, pediu-me uma vez para reparar na frase "mudo a falar". E é engraçado reparar nas coisas.
Por essas e por outras fica agora, aqui, uma última (?) volta na dança que me rodou. Diria as coisas de outra maneira, se as soubesse dizer. Mas é muito bom podê-las, pelo menos, sentir.
Rosa de prata a brilhar,
rosa de prata embrulhada,
ensina-me a navegar
que eu tenho de ir de jornada
que eu tenho de me ir ao mar
velado de barco à vela
para abrir de par em par
um coração à janela...
Levo um coração aberto
nele um espinho a sangrar
ai, rosa, que andar desperto
me faz ter medo de andar!
Faz-me ter medo das mágoas
que tenho p'ra atravessar,
já vestem de luto as águas
por que eu não saiba passar.
Mas se fores a rosa inteira,
rosa brava de dançar,
hás-de ensinar-me a maneira
de o meu barco se embarcar
e hás-de ser rosa-dos-ventos
para o caminho indicar
que faz de dois pensamentos
um coração a dobrar
e se me fores rosa rubra,
feita de amor e saudade,
hás-de deixar que eu descubra
que naveguei de verdade
e que encontrei o lugar
onde os olhos que me olharam
se deitam a descansar
nos meus olhos, que os guardaram.
Rosa de prata a brilhar,
rosa de prata embrulhada,
ensina-me a navegar
que não me resta mais nada...
11 Comments:
uma das histórias que lemos na infância ensina-nos que que há um momento certo para abandonarmos uma festa. o meu desrimar propositado indicava ao meu par que as primeiras badaladas já tinham soado.
retiro-me, despindo o traje negro de noiva minhota; é preciso agora meter a caminho os meus pés descalços, puro cristal.
sim, há momentos na jornada em que se encontra alguém com quem se dança, na clareira de um bosque ou no fundo das águas negras de uma ribeira.
até ao próximo encontro, Cavaleiro do Coração de Prata! :)
...e esta última volta fechou a (nossa) dança em beleza!
goldmundo:...
maria do mar
(ohh.. :( posso pegar no sapato de cristal abandonado e dançar contigo só esta vez e ao pé coxinho?
Essas cogitações que teces
Sobre suas (aquilaria) venturas
Serão mais as desventuras
Do quanto não a (idem) esqueces
Ah se tu soubesses
Em quantos barcos naveguei
Em quantas escarpas me feri
Em quantos cais ancorei,
Talvez tu quisesses
Que eu fosse leme de ti !
Seria a chuva de prata
A cantar-te à janela
Poemas de encantar.
E o teu sonho de amar
Nessa sua (dela) fragata
Seria sempre a nossa vela
Serias tu o meu mar.... )
;)
Excelente :)
Namasté
Sim, só a Aquilária e tu, para tal dança.
E é muito bela, essa tua memória do avô.
Abraço grande, a ambos.
'mudo a falar'...quantas vezes não apreendemos melhor em silêncio...e entendemo-nos com o olhar...
beijos.
"so the red roses are black for me today"
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»
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»
(E eu a pensar que até estava compostinho, jeitosinho, rebuscadinho e inho e tudo.. )
:'(
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