18.9.04

Algumas pessoas encontram-se aqui. Algumas pessoas estão aqui perto de mim, ao meu lado, à distância de um link, de uma palavra, de um sonho. Como se vivêssemos no mesmo prédio, encontramo-nos e reconhecemo-nos, antes de seguir para as casas de dentro. Tantas vezes não as vejo, tantas vezes acho que as conheço desde criança. Os vizinhos têm vizinhos, os amigos tâm amigos. Como círculos na água. Aqui ninguém fez o mapa do mundo, não há estradas nem distâncias em quilómetros, vemo-nos às vezes em casa uns dos outros e às vezes deixamos um bilhete pequeno como quem deixa o pão fresco da manhã. Mas o acaso não existe. Que coisa estranha escreve connosco, escreve em nós, quando nos escrevemos aqui? Que vê ela, que nós não vemos? Para que lado faremos, sem saber, o vento norte soprar?