27.10.05

Outro post

Depois de anos e anos a não ter tudo o que tive, aprendo agora a ter a única coisa o que nunca terei. ("Estás mais tranquilo", disseram-me hoje)

Um post

Chegou Outubro e chegou o Outono. Chegaram os primeiros dias de vento, as primeiras noites de estremecer. Cheguei eu também, e não sei ainda onde ando a chegar. Ribeira Negra.

Às vezes as águas param, somem-se às vezes como se houvesse coisas mais fundas. Uma noite voltarão a ser. Às vezes era preciso.

Quatro semanas sem escrever, e não foram férias e felizmente não foi nada de mal para além do mal que todos os dias faço. Nem sei bem o que foi. Falta de tempo, cansaço, coisas pequenas. Precisei de tempo para parar, talvez para me distanciar ou para me adaptar a tanta coisa diferente de que me descubro ser feito. De certa forma cresci. E a Ribeira dezoito meses, e a Ribeira tantas coisas.

Recebi e-mails de pessoas a perguntar por mim. Compreendam porque não respondi. Precisei de calar, de ser por algum tempo silêncio aqui para ser mais qualquer coisa por dentro, mais qualquer coisa lá fora. Às vezes faz bem sair de casa.

A Ribeira, acho eu, correrá a partir do fim do mês. Noite de Halloween e Dia de Todos os Santos, sob o signo de Escorpião e sob a chuva que ainda aguardo. Tenho coisas para contar. Tenho coisas para ver ainda.