27.10.05

Outro post

Depois de anos e anos a não ter tudo o que tive, aprendo agora a ter a única coisa o que nunca terei. ("Estás mais tranquilo", disseram-me hoje)

15 Comments:

Blogger Luz Dourada said...

Que bom estares tranquilo!

28/10/05 09:30  
Blogger Evil Angel said...

"Estás mais apática" disseram-me há uns dias. E eu que também gostava de estar tranquila... :p

28/10/05 11:17  
Anonymous Anónimo said...

Fiquei triste todos os dias que tentei ver-te e não consegui, cheguei a pensar que te tinha acontecido alguma coisa, questionei-me sobre isso, se um dia já não voltares, jurei nunca mais cá voltar, no entanto não passou um dia...
Fico contente por voltares, dia 10 é o meu aniversário, vou andar por aqui.

28/10/05 12:49  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro Goldmundo.

Sei lá se da chuva e da gripe talvez felizmente passando, ou da tua ausência, ou de conversas díspares e dispersas aqui e ali, ou do mundo e da minha confusão nele, sei lá e sei lá, este post estimula-me um comentário cristológico-dogmático nada multicultural nem inter-religioso, e até talvez um pouco abusivo, visto até que o próprio post teu nem sequer tem alusão ou remissão directas para o assunto, mas paciência e pronto lá vai, nada que decorre alguma vez temos assegurado, tudo escapa e flui na temporalidade que apenas se fixa em nós como “já lá vai”, e a própria ingenuidade estóica de determos e nos serem próprias as aquisições da mente, se esvai perante um pequeno quisto no cérebro ou um desarranjo nevrálgico ou até simplesmente meia-garrafa de gin, e por outro lado da delirante noção de Deus nada podemos saber ou deter ou intuir ou sequer realmente suspeitar com o mínimo de positividade, de conteúdo dizível ou visível, sendo Ele tudo e absolutamente tudo o que nós não somos nem sabemos e qualquer analogia embora esclarecedora traz mais luz ao que nós próprios somos na relação tresvariada com o totalmente Outro, e então sendo assim, estamos feitos ao bife e impossibilitados de virar o bico ao prego, a não ser… a não ser que a impossibilidade duma síntese entre Deus e a nossa natureza ocorra, e permita o contacto paradoxal do plano humano e divino, temporal e intemporal e etc etc etc, que se auto-excluem radicalmente.

Irra! Vem, Jesus, vem! Tu, que encontramos nesse vazio entre nós e o mundo, Tu que nos dizes que não ter e não ter-se é a porta que redime todas as ausências e redomas de vazio, Tu que és amor e tudo deténs mas nada queres para Ti, vem! Na quieta inquietude do vazio que até o desespero já dissolveu, no meu auto-desejante ego que ao fechar-se morde apenas a sua própria e imprópria vida que desfalece, na infância perdida que deflagra numa velhice ainda não tida… só Tu podes deflagrar!

E arre, desculpa lá o abuso, até porque porventura estará um pouco pesado ou deprimente este comentário, mas pronto, foi para o que me deu, e de qualquer modo são só palavras, e no fundo e na superfície, o que “conta” é… um grande abraço!

28/10/05 13:47  
Blogger Vítor Mácula said...

Ena bem... Estive a reler o meu comentário e... porra... não é que eu não pensinta... mas assim foi talvez... o melhor se calhar é tomar outro "benuron"... outro abraço...

28/10/05 14:00  
Blogger katrina a gotika said...

Sê bem retornado.

29/10/05 00:46  
Anonymous Anónimo said...

Viva o Goldmundo que despertou do seu sono, não sei se dogmático...!
mas enfim, bem profundo, parece que foi.
Porque, de vez em quando, precisamos de atravessar o deserto do Nada para reencontrarmos o Tudo.
Voltou com a chuva de Outono e a Ribeira de novo irá correndo com serena fluidez!

Vítor Mácula,
Porra!! Tenha dó de mim.
Ter que o ler a uma 2ª-Feira de manhã, quando ainda não me sustenho em mim, não sei bem quem sou, nem p'ra onde vou, eh,eh,eh, é dose demasiado forte para as minhas parcas ideias, nebulosas e emaranhadas...

31/10/05 10:38  
Anonymous Anónimo said...

tranquilos são os americanos pela voz de Graham Greene e os cemitérios de Conalma pela pena de Rulfo. Sê intranquilo.

31/10/05 11:35  
Blogger Goldmundo said...

Eu julgo que nunca a Ribeira tinha dado, nem voltará a dar, lugar a um texto como este do Vítor. Passam aqui muitas vezes as palavras sombrias da noite, as palavras verdes da alegria pequena. Mas isto é o vermelho puro.

2/11/05 20:32  
Blogger Goldmundo said...

De resto, estava com saudades vossas. De todos.

2/11/05 20:33  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro Goldmundo.

Como é?... As "zonas de risco" vão passar a ser "censuradas"?...

Refiro-me à "previsão" do "nunca voltará a dar"...

'braços.

3/11/05 13:19  
Blogger Goldmundo said...

Caro Vítor, nunca haverá aqui censura :) Não, acho é que o que escreveste é único. Outras coisas diferentes haverá, mas diferentes.

E agora lembraste-me o Camilo a falar do Porto: "cidade que deu um santo no século X, São Rosendo, e desde então não deu outro - nem promete" :)

3/11/05 13:40  
Blogger Vítor Mácula said...

Ah, lá isso... Foi mesmo um desvario, e estes raramente se repetem idênticos.

Enfim...

Abraços.

3/11/05 16:32  
Blogger Vítor Mácula said...

Ah, cara, cara Help.

Escapara-se-me a sua interpelação.

Bem, tudo isso talvez seja porque as minhas ideias e disposições são... parcas, nebulosas, emaranhadas. Cada qual gagueja como pode. Mas penso que percebo muito bem o que quer dizer.

Enfim... (Muito gosto eu desta palavra...)

Dó, ré, mi, fa, sol, la, si, e um grande abraço.

3/11/05 16:40  
Anonymous Anónimo said...

Eu encontrei seu blog através do Google, e devo dizer que este está entre os melhores artigos bem escritos que tenho visto em muito tempo.

26/1/13 10:05  

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