Detesto chorar em público. Ontem, de repente, lendo a "chuva crioula" de José Mauro de Vasconcelos, a morte de Margô mulher-dama e o vestido sol-ouro com que a vestiram no fim. Hoje no restaurante, com a televisão a mostrar duas raparigas a ler, em New York, a lista dos mortos de Setembro: "nosso querido irmão Antonio Jorge Alvarez...". Dois homens olharam-me como se não compreendessem.
Dissolve-se o que vou sendo. A tristeza faz-me não ser eu. No boundaries. Não caminho pelo mundo: alastro-me, água negra perdida em campos que não têm flor.
Não há morte no mundo que não seja morte de mim.
6 Comments:
ainda bem Gold.,ainda bem!
...mas que a morte se abra à vida - não será isso a água de chorar?
Gostei muito do teu post. Eu ando na mesma. As lágrimas escorrem quase sem sentir ao olhar tanto sofrimento no mundo...
Esse foi o primeiro que li dele, tinha uns 11 ou 12 anos, e também chorei. Aproveitei sempre livros e cinema para chorar o que não conseguia noutras alturas.
Acho-o um livro maravilhoso, e já tenho saudades dele.
Pá, tu ñ andas bem! Qq dia tás a fazer companhia aos cromos do Estádio!:)=
P. S. Mas pronto... tu és humano... ;)
KLATUU
Fiquei a pensar quem serão os cromos do Estádio. E fui reler o Klatuu para ter a certeza que não eram os cromos do Estado. Isso sim, seria castigo.
O Estádio é um café/taberna decadente q guarda sempre lá dentro uns habituais quarentões e cinquentões q se dizem todos poetas! Já lá estão desde sempre... nunca irão para outro lado!
KLATUU
Enviar um comentário
<< Home