18.3.06

Porque será que as pessoas escrevem a inconcebível palavra "estória"?

30 Comments:

Blogger zazie said...

boa pergunta! Até causa arrepios

18/3/06 02:56  
Blogger Lord of Erewhon said...

Porque não amam a sua Língua? Porque não a conhecem ou reconhecem? Porque ser «intelectual» é estar na moda? Porque o vírus da idiotia é a única pandemia com que o País se deve preocupar??

20/3/06 10:28  
Anonymous Anónimo said...

não entendo qual é a polémica em relação a esta palavra...

eu por acaso até gosto (e muito) desta variante e costumo utilizá-la...

há palavras que me incomodam mais!!!

há uma que me irrita solenemente - "beberete"!!! mas isto é tudo uma questão subjectiva...

o que me atrai é que a nossa Língua é ríquíssima em palavras mesmo que não gostemos de algumas (o que é legítimo!!!)

...ás vezes com tantas palavras inconcebíveis ou não o que prefiro é mesmo a ausência delas... o silêncio!

20/3/06 20:44  
Blogger zazie said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

20/3/06 22:05  
Blogger Goldmundo said...

eu fico estérico com a estória :p

21/3/06 00:10  
Blogger katrina a gotika said...

"Estória" significa pode significar história secundária, curiosidade sem importância, ou, às vezes ainda, é a narrativa de um facto menos conhecido que acaba por ser a explicação para os factos conhecidos, e neste caso tem toda a importância. Uma coisa é a história de como Bush invadiu o Iraque, outra coisa é a estória dos interesses petrolíferos da família Bush. E muitas vezes significa o lado sórdido da história.
Acho que a palavra tem todo o sentido, honestamente. Não faço ideia de quando ou porque é que foi inventada mas aplaudo.

21/3/06 01:39  
Blogger zazie said...

ahahhaha que grande boca, Goldmundo ":O)))

21/3/06 02:53  
Blogger Goldmundo said...

:)

não é do "meu tempo" essa nova palavra, acho...

mas vem do brasileiro, é? quer dizer, deve vir do inglês, "history" e "stories", não?

do que eu não gosto mesmo é da invasão inglesa. não falo do "software", mas sim do que tenho de ouvir todos os dias quando trabalho:

"vou-te brifar antes do call porque temos um issue que pode ser um break"

- e juro que não estou a brincar.

21/3/06 03:31  
Blogger aquilária said...

estória parece que significa um episódio ou conjunto de episódios sem a mínima importancia, isto é: estória=esterco que não ficará na nossa memória. em muitos casos, será, realmente, bem empregue. também nao uso, provoca-me alergias.

21/3/06 13:35  
Blogger aquilária said...

confesso que a primeira vez que vi essa palavra foi num livro do escritor moçambicano mia couto.

21/3/06 13:37  
Anonymous Anónimo said...

tenho a sorte de ainda não terem chegado as modas de "mixed" inglês/português aqui para os meus meios "provincianos"...

bom... mas isto é apenas uma "estorinha"!!

não gosto do "mixed" mas gosto da palavra "estória"!!!

humm...acho que sou uma "provinciana moderna"!! he he he

21/3/06 13:54  
Blogger zazie said...

ahahaha só a aquilária para inventar esta associação entre estórias e esterco ":O)))

também acho que a vi no Mia Couto mas como é outro que me provoca alergia nem o referi.

Eu gosto de neologismos, o que me irrita é estragar-se a língua. E estórias é uma coisa tão idiota e sem a menor imaginação que só mesmo o Couto para a usar.

21/3/06 19:08  
Blogger zazie said...

já agora vou perguntar ao Goldmundo uma coisa:

tu lembras-te de se dizer: "só pode"

eu não conhecia essa expressão. Sempre disse "só pode ser". No sentido de uma coisa que é assim e só podia ser desse modo. Mas agora toda a gente anda com o "só pode" e eu ia jurar qúe é efeito da novela.
Disse-o a uma prof que negou logo e que me garantiu que não senhora que "só pode" é português vernáculo.

Ora a mim irrita-me porque se fica à espera do resto. Só pode o quê? é como dizer Davi sem se pronunciar o "de" final. Dá-me sempre uma vontade de mandar um palmada nas costas da pessoa a ver se sai o resto
":O.

21/3/06 19:14  
Blogger zazie said...

ahaha mas ainda me estou a lembrar das estórias e do esterco ":O)))

a malandra quando não sabe inventa
ehehehe

21/3/06 19:15  
Blogger Lord of Erewhon said...

Para que te dás ao trabalho, meu velho? deixa-os falar uma língua sem etimologia!... é indiferente... são amnésicos irrecuperáveis.

21/3/06 19:32  
Blogger zazie said...

ahahah ainda não parei de rir à custa do esterco da história
":O)))

é ele e a "estória" do estercorário da cadeira Papal. Isto anda tudo ligado

ahahahahahha

21/3/06 20:42  
Blogger zazie said...

deviam aprender a declinar a o stercus-stercoris a ver se voltavam a falar em estórias

ehehehehe

21/3/06 20:48  
Blogger zazie said...

Estou mesmo a imaginar a Aquilária numa conferência sobre literatura luso-africana a sair-se com uma destas- "O Agostinho Neto foi um grande poeta! Já na prosa o Mia Couto é mais um autor de estercos"...


":O))))

21/3/06 22:03  
Blogger Goldmundo said...

:P

bem, devo dizer que me lembrei disto porque vi escrito "estória do capuchinho vermelho". parece que o argumento é que se não trata de uma história "real". Isso acho gravíssimo...

Erehwon, nao há só amnésicos no mundo, meu caro!

22/3/06 01:32  
Blogger Goldmundo said...

Eu vou ainda mais longe, Ardath. O Mito é mais real que a própria história...

abraço

22/3/06 17:25  
Blogger katrina a gotika said...

mas vem do brasileiro, é? quer dizer, deve vir do inglês, "history" e "stories", não?

Não sei se vem do brasileiro. Pode ter uma relação com o inglês. A mim não me interessa tanto a etimologia da palavra como se ela funciona. E neste caso funciona.

Quanto às palavras em inglês no meio do português, sou totalmente a favor. Porquê? Porque um povo só merece usar as palavras que inventa. Quando o povo perde a capacidade de inovação deve passar pela vergonha de perder a Língua TAMBÉM. É muitíssimo bem feito.

Essa da "estória do capuchinho vermelho" não me parece intencional. Parece-me um erro vulgar. Vulgar no sentido de comum e vulgar no sentido da vileza da vulgaridade. Isso sim, preocupa-me. O resto, não.

Bilbo Bagageiro (Bilbo Baggins) como eu vi no Hobbit em brasileiro, é que não pode ser de maneira nenhuma! E mais uma vez, o povo português só tem o que merece por não cuidar dos interesses da Língua nos países a que ensinou a falar.

Resumindo e concluindo, é muitíssimo bem feito.

23/3/06 03:44  
Blogger katrina a gotika said...

PS: Os franceses também perderam a influência linguística quando deixaram de inovar, e do latim o que resta? A mafia? LOL (Era uma piada.)

23/3/06 03:48  
Blogger Goldmundo said...

O inglês nao inova nada, gotika.

23/3/06 03:50  
Blogger Goldmundo said...

...e do latim restamos nós todos

23/3/06 03:54  
Blogger katrina a gotika said...

Pois não. Mas os americanos falam inglês e esses é que espalham os brifingues que te atordoam. E falam inglês melhor do que os brasileiros falam português.
Também há aquele pormenor de que quando as pessoas deixam de falar a língua a nação está em risco de morrer, mas isso agora não interessa nada.

""vou-te brifar antes do call porque temos um issue que pode ser um break""

Isto traduz-se assim: vou-te pôr ao corrente antes da chamada/reunião [o que vocês chamam ao call] porque temos um assunto que pode ser um problema.

Se as pessoas se recusam a dizer isto, é porque recusam a língua, e se recusam a língua cedo recusarão a nação.

Mas isto é mesmo outra estória.
:P

23/3/06 23:50  
Blogger Lord of Erewhon said...

Etimologia... ou não. É tudo.
P. S. Conheço um puto de 4 anos que em vez de «caralho» diz «pitoca»! Deveremos adoptar o termo?!?

24/3/06 15:23  
Blogger Goldmundo said...

Deve ter acontecido a mesma coisa (isto é, o abandono da língua própria pelos parvalhões novos-ricos) no tempo dos romanos. A "latinização" vem daí. Nunca houve em Portugal romanos em número suficiente para impôr uma língua: mas alguém se deve ter convencido que era próprio da "classe alta" falar um (mau) latim.

Alguém se lembra de um Astérix em que há um idiota de um gaulês que põe colunas romanas à entrada da palhota? :P

24/3/06 20:44  
Blogger zazie said...

ahahahaha que boca mais fabulosa, Goldmundo

24/3/06 21:35  
Blogger Lord of Erewhon said...

Piada tens, Gold... Mas esqueces duas coisas fundamentais: 1. os Lusitanos não conheciam a escrita; 2. foram os Romanos que ganharam o domínio político da Península.

27/3/06 00:25  
Blogger Lord of Erewhon said...

E, na verdade, a classe alta falava um latim erudito... Como é óbvio, o latim que vingou foi o latim vulgar falado pelo povo, ou um «crioulo» de latim.

27/3/06 00:26  

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