A luz, princípio
Se eu gritar, quem poderá ouvir-me, nas hierarquias
dos Anjos? E, se até algum Anjo de súbito me levasse
para junto do seu coração: eu sucumbiria perante a sua
natureza mais potente. Pois o belo apenas é
o começo do terrível, que só a custo podemos suportar,
e se tanto o admiramos é porque ele, impassível, desdenha
destruir-nos. Todo o anjo é terrível.
Um texto de Rilke (As Elegias de Duíno), uma pintura de Franz von Stuck. Talvez também Dead can Dance: The Host of Seraphim. O belo, começo do terrível: de que coisa inominada será a luz o pálido e talvez enganador princípio?
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