"When the autumn comes I'll be waiting for you"
(Birds of passage, by The Mission UK)
Eu entendo que nunca te sentiste tão livre como no dia em que ultrapassaste a correr o vento Norte. Que sabes bem que os anjos nunca foram beijados, e por isso o seu desejo é sempre mais forte que as asas inúteis. Que só te interessa o mar que traga consigo uma onda maior. E sei bem como é difícil não voar directamente ao sol. Mas fico com pena se já tiveres adormecido quando chegar o tempo selvagem das vindimas.
É verdade que as palavras brilham nas tuas mãos como se fossem cintilações de loucura. Que à tua volta anda já a canção irresistível das coisas simultâneas. Que os teus pés não sabem de caminho por que não valha a pena sangrar. E sei bem como é difícil não soltar de nós o grito aberto. Mas tu merecias estar pronto quando chegar o tempo perfeito da taça de vinho.
Hoje pensei que se tivesse de te ensinar de uma vez tudo o que aprendi, te diria para olhar em vez de tocar as estrelas, para escutar em vez de soltar as palavras cristalinas. E que se tivesse de te dar de uma vez o segredo das coisas vivas, te diria para meditar no mistério da maturação dos mundos. E sei bem como é difícil amarrar os póneis selvagens. Mas só saberás da alegria verdadeira se deixares chegar lentamente o tempo dourado da embriaguez.
1 Comments:
Faço um juramento queria ter assas para voar até o Sol e além do horizonte para jugir de todos os problemas e obstâculos que a vida tem.
Prefiro acreditar nas cartas e cartomantes,nas ciganas e a vida que leva os nômades.
Acredito projundamente nos ciganos e nas ciganas.
Enviar um comentário
<< Home