Sobre a fé dos demónios
"A simples fé sem o compromisso de transformação dos pobres e necessitados é estéril e morta. Trata-se de uma fé que também os demónios possuem, mas nem por isso deixam de estar onde estão, no inferno. Estão onde estão não porque lhes falta a fé, mas porque carecem de amor."
Leonardo Boff
12 Comments:
Certíssimo. Acho a definição perfeita ou não fosse do Leonard Boff. Dizer que se ama a Deus sem nada fazer para transformar o mundo dos mais carentes,(e nem sempre os mais carente são os mais pobres...) é querer enganar-se a si próprio.Talvez daí eu achar que os ditos devotos contemplativos prestam muito pouco serviço em termos do papel que Deus nos deu.
Trabalhar pela melhoria deste mundo, é o maior acto de fé e de amor.Lembremos Teresa de Calcuta.
Luzinha, ninguém é contemplativo por escolha... e não somos nós que escolhemos qual o serviço, mas o Senhor da Vinha. Cabe-nos apenas abrir os olhos. (conheces a história de Marta e Maria, no Evangelho?)
Gold,
vejo que já começaste com o L. Boff.
Achei graça ao teu diálogo com a Luz, porque me fez perceber porque gosto tanto do Boff. Gosto, porque ele de forma admirável, consegue juntar os dois modos de agir do crente. Do seu amor a Deus é indissociável o amor aos outros.
Quando Jesus, no Evangelho, louva a atitude de escuta de Maria, não é porque a valorize mais do que a azáfama de Marta. Digamos, que nas atitudes, das duas irmãs, está sim, o que deve ser o modo de agir do crente.
Os comtemplativos, são pessoas que amam muito o mundo, porque o olham com os olhos de Deus. Tive a sorte de conhecer algumas pessoas e o que mais recordo delas é a alegria com que olhavam para as outras pessoas.
Por outro lado, como bem refere a Luz, temos em Teresa de Calcutá, alguém para quem amar a Deus e aos irmãos era uma e mesma coisa.
M. Conceicao
Sim... e já nessa altura as Martas eram resmungonas :P
Depois digo-te mais do Boff, Conceição.
Estás a chamar-me Marta?
Já não és o primeiro...
M. Conceicao
Nem o último? ;) (mes eu gosto muito das martas...)
Continuo a gostar mais das Martas. Só quem faz e atravessa as fogueiras da vida sem se chamuscar é que conhece o caminho. As Marias parecem cheias de serenidade e de amor mas o mundo precisam mais de quem FAÇA. Trabalho pela Humanidade é uma, talvez a maior força do amor a Deus, na minha opinião claro!
Mas Deus não engana os nossos sentimentos...
A contemplação, ou melhor dizendo as clausuras contemplativas sempre me pareceram "ribeiras negras"do entendimento da vontade de Deus!
Desculpa lá amigo...
E essa de dizeres que ninguém é contemplativo por escolha... não percebi! A menos que não estejamos a falar da mesma coisa!
Beijinhosssss
"sois servidores inúteis", disse Jesus. E esse é o problema de Marta, o que não quer dizer que ela não faça aquilo para que foi chamada. Não somos nós que fazemos, e o Mundo não sabe o que se faz pelas mãos frágeis de Marta e o que se faz pelos olhos puros de Maria. De certa forma são a mesma, sim. Mistério da divisão das coisas criadas.
De resto... o Mal abre-se à passagens dos activistas como se fosse um Mar Vermelho ao contrário. A seguir tudo fica na mesma. A menos que... ah, mas o que eu queria dizer tem de ser pensado. Eu escrevo depois.
Ribeira negra? Talvez seja, sim. Mas sabes, também eu não a fiz por escolha. De certa forma, é ela que me faz a mim.
Im abraço, Luz.
Deus não engana os nossos sentimentos?!
NÃO!!!!
Deus deu-nos consciência para quê?
Temos livre arbitrio para quê?
Asneiramos porque queremos e somos santos porque fazemos por isso. Deus não interfere! És livre de ser santo ou demónio. A escolha é sempre tua!E nem por isso Deus te deseja mais ou menos. Terás é que percorrer caminhos mais complicados até ver a luz, se a tua opção for o mal...mas chegarás a Deus... provavelmente mais atrasado que outros mas chegarás, porque o Pai não deixa perder nenhum dos seus filhos...
Abração,
Luz, se chegasse a Deus necessariamente não teria livre arbítrio.
Não me irrita que penses assim, sabes? Tu procuras o bem. Irrita-me que a igreja católica apostólica romana não abra a boca sobre isto há quarenta anos. Apesar da "mater et magistra" e coisas que tais. (mas isto era para outro lugar ;) )
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