Hoje foi um dia inquieto que começou mal e acabou (terá acabado?) como começou. Um dia em que não suporto a presença de pessoas. Lembro-me de andar na rua, por volta do meio-dia (a hora mais difícil) e de me parecer que todos estavam sujos, gritavam e existiam demasiado. Lembro-me com horror de uma viagem de metro (mas porque é que estaria cheio a um sábado?!). Venho agora de um sítio onde era suposto haver uma presença (uma ausência?) diferente, e de onde, pela primeira vez, saí mais cedo (diga-se em verdade que me estava a fazer falta o Luar...).
No meio, momentos bons de sono e de música e de leitura, e uma enorme conversa com uma pessoa que parece ser sempre de muito longe e estar sempre muito perto.
Por várias vezes pensei numa coisa de que não gosto, mas que continuo a sentir: o único critério para avaliar alguém é pensar se gostava de o ter ao meu lado, ou sob meu comando, numa guerra. Na paz morna somos todos parecidos. E isto vem do que vi hoje no meu lugar do início, e aplica-se também ao amor: quem quereria eu abraçar à luz das espadas?
6.6.04
Guerra e paz
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