O meu país e o céu de Junho (II)
Um excerto da "Pátria", peça de teatro de Guerra Junqueiro.
CENA I - Magnus, duque de S. Vicente de Fora. Opiparus, príncipe d’Oiro Alegre. Ciganus, marquês de Saltamontes.
Noite de tormenta. Céu caliginoso, mar em fúria, ventanias trágicas, relâmpagos distantes. O castelo do rei à beira-mar. (...) Entram Opiparus, Magnus e Ciganus. Sentam-se, afagando os cães. Magnus poisa na mesa um pergaminho com o selo real. É o tratado com a Inglaterra.
CIGANUS (apontando o pergaminho e rindo)
Necrológio a assinar pelo defunto!
MAGNUS (com gravidade)
É urgente:
Salvamo-nos...
OPIPARUS (acendendo um charuto)
Perdendo a honra... felizmente!
Inda bem! inda bem! vai-se a ária das Quinas...
MAGNUS (convicto)
Glorioso pendão sobre um castelo em ruínas...
OPIPARUS
O pendão! o pendão!... um trapo bicolor,
A que hoje o mundo limpa o nariz... por favor.
CIGANUS
Enquanto a mim, que levem tudo, o reino em massa,
Pouco importa; o demónio é que o levem de graça.
Mas agora acabou-se!... e, em lugar de protesto,
Vejamos antes se o ladrão nos compra o resto...
Um bom negócio... hem?!... manobrando com arte...
OPIPARUS(soprando o fumo do charuto)
Dou por cem libras, quem na quer?, a minha parte...
MAGNUS(grandioso)
Quando d’ânimo leve o príncipe assim fala,
Não se queixem depois que a dinamite estala,
Nem se admirem de ver o pais qualquer dia
Na mais desenfreada e tremenda anarquia!
Prudência! haja prudência, ao menos, meus senhores...
É grave a ocasião... gravíssima!... Rumores
De medonha tormenta andam no ar... Cuidado!
Não desanimo, é certo... Um povo que deu brado,
Uma nação heróica entre as nações do mundo,
Há-de viver... É longo o horizonte e é fecundo!...
Creio ainda no meu pais, na minha terra!...
Guardo a esp’rança...
OPIPARUS
Bem sei, no Banco de Inglaterra...
A esp’rança e dois milhões em oiro, tudo à ordem...
Não é isto?...
MAGNUS(embaraçado)
Exagero... exagero... Concordem...
Sim, concordem... pouco me resta e pouco valho...
Mas o suor duma vida inteira de trabalho...
Economias... bagatela... um nada... era mister...
No dia d’amanhã, com filhos, com mulher...
Entendem, claro está... era preciso, enfim,
Segurança... Não me envergonho... Enquanto a mim,
Posso falar de cara alta... o meu passado...
OPIPARUS
Se é mesmo a profissão do duque o ser honrado!
É o seu modo de vida, o seu ofício... Creio
Que é daí... que é dai que a fortuna lhe veio
Ninguém lho nega... O duque é dos bons, é dos puros...
E a virtude a render, a dignidade a juros
Acumulados... Francamente, eu noto, eu verifico
Que era caso de estar muitíssimo mais rico
O duque foi modesto: a honra de espartano
Não a deu nem talvez a dois por cento ao ano!
(...)
MAGNUS
El-rei assinará?... o que julga, marquês?
OPIPARUS
El-rei nesse tratado é rei como Jesus,
E, portanto, vão ver que o assina de cruz.
(...)
MAGNUS
Que má língua! El-rei, coitado! uma criança,
Nem leve culpa tem nos encargos da herança...
Não se aprende num dia a governar um povo...
E em casos tais, em tal momento, um homem novo,
Habituado à lisonja, habituado ao prazer...
Maravilhas ninguém as faz... não pode ser!...
El-rei é bom! El-rei é um espírito culto,
Ilustrado... Não digo, enfim, que seja um vulto,
Um talento, uma coisa grande de espantar;
Mostra, porém, cordura, o que não é vulgar...
(...)
OPIPARUS (sorrindo)
Ingénua hipocrisia, duque... Olhe que el-rei
Conhece-nos a nós, como nós a el-rei...
(...)
MAGNUS (confidencial)
Marquês... dum amigo a um amigo!
Entre nós... fale franco: a ordem corre p’rigo?...
O mal-estar.., desassossego... uma aventura...
Os quartéis... Diga lá: julga a C’roa segura?...
CIGANUS
Segura e bem segura. Equivocar-me-ei,
No entretanto, parada feita: jogo ao rei!
Neste lance... No outro... A inspiração é vária,
E bem posso mudar para a carta contrária.
OPIPARUS
(...) Isto da pátria e lar
É boa fêmea, bom humor e bom jantar.
O ditoso torrão da pátria!... que imbecis!
No globo não há mais que uma pátria: Paris.
A nossa então, que choldra e Infecta mercearia,
Guimarães, Policarpo, Antunes, Braga & C.ª
Um horror! um horror! Não temam que proteste,
Se emigrando me vejo livre de tal peste.
Fico por lá... não torno mais... fico de vez...
MAGNUS(imponente)
Incrível! No momento grave em que a Nação
Dorme (ou finge dormir!) à beira dum vulcão,
Nesta hora tremenda, hora talvez fatal,
Há quem graceje como em pleno Carnaval!
E assim vamos alegremente, que loucura
Cavando a todo o instante a própria sepultura...
No dia d’amanhã ninguém pensa, ninguém!
Os resultados vê-los-ão... caminham bem...
Divertem-se com fogo... Olhem que o fogo arde...
E extingui-lo depois (creiam-me) será tarde...
Já não é tempo... As labaredas da fogueira
Abrasarão connosco a sociedade inteira!
A mim o que me indigna e ruboriza as faces
É ver o exemplo mau partir das altas classes,
Sem se lembrarem (doida e miserável gente!)
Que as vítimas seremos nós... infelizmente!
Não abalemos, galhofando, assim à toa,
A égide do Ceptro, o prestígio da C’roa!
Quando a desordem tudo infama e tudo ameaça,
A Realeza é um penhor...
CIGANUS
Destinado a ir à praça.
Questão d’anos, questão de mês ou questão d’hora,
Segundo ronde a ventania lá por fora...
Observemos o tempo... anda brusco, indeciso...
Não arme o diabo algum ciclone d’improviso!...
O trono, defendê-lo enquanto nos convenha;
Depois... trono sem pés já não é trono, é lenha.
Queima-se; e no braseiro alegre a chamejar
Cozinhamos os dois, meu duque, um bom jantar!...
O duque a horrorizar-se!... Eu conspiro em segredo...
Pode ouvir, pode ouvir... duque, não tenha medo!
A república infame, a república atroz,
Uma bela manhã será feita por nós,
Meu caro duque!... E o presidente...
Ora quem... ora quem, duque de S. Vicente?!...
O duque! Não há outro, escusado é lembrar! ...
Um prestígio europeu... a independência... o ar...
Não há outro!... d’arromba!... à verdadeira altura!...
Todas as condições, todas... até figura!
Parece um rei! que nem já sei como se move
Com as trinta grã-cruzes...
MAGNUS(lisonjeado)
Upa! ... trinta e nove!
(...)
CENA II - Os mesmos e o rei
O REI
Faz-me nervoso a noite...
MAGNUS
É da atmosfera espessa...
Eléctrica... Atordoa e desvaira a cabeça...
O REI(apontando o pergaminho)
O tratado?
CIGANUS
O tratado.
MAGNUS
Um pouco duro... El-rei...
O REI (indiferente)
Seja o que for... seja o que for... assinarei...
MAGNUS
Não há dúvida; el-rei anda enfermo... é evidente...
(...)
OPIPARUS
(...)
Pobre do rei... quem o diria!... que mudança!
Oxalá que a loucura, a vir, lhe venha mansa...
Ciganus desdobra o pergaminho e vai ler o tratado.
O REI
Leitura inútil... Deixa lá... Seja o que for...
Seja o que for... adeus!... Assinarei...
CIGANUS
Perfeito.
Não há balas? Resignação; não há direito.
Se entra no Tejo de surpresa um coiraçado,
Quem vai metê-lo ao fundo, quem? A nau do Estado
Com bispos, generais, bacharéis, amanuenses,
Pianos, pulgas, mangas d’alpaca e mais pertences?
A esquadra? vai a esquadra real, um meio cento
De alcatruzes, bidets e banheiras d’assento?
Sacrificar a vida à honra? Acho coragem,
Mas a honra sem vida é de pouca vantagem;
Não se goza, não vale a pena. A vida é boa...
Defendamos a vida... e salvemos a C’roa.
MAGNUS (eloquente)
E salvemos a C’roa! A vida eu dá-la-ia
Pela honra da Pátria e pela Monarquia!
Somos filhos de heróis! mas nesta conjuntura
A resistência é um crime grave, uma loucura
Um pais decadente, isolado da Europa,
Sem recursos alguns, sem marinha e sem tropa,
Tendo no flanco, alerta, o velho leão de Espanha,
Arrojar doidamente a luva à Grã-Bretanha,
Oh, pelo amor de Deus! digam-me lá quem há-de
Assumir uma tal responsabilidade?!...
A pátria de Albuquerque, a pátria de Camões
Abolida era enfim do mapa das nações!
(...)
CIGANUS
E enquanto às convulsões de leão popular,
Como diria o nobre duque, afoitamente
Respondo pelo bicho: um cão ladrando à gente.
Dobrei guardas, minei as pontes à cautela,
E fica a artilharia em volta à cidadela.
Não há p’rigo nenhum. Durma el-rei sem temor.
Boa noite, Senhor...
(..)
(saem o rei, Ciganus e Opiparus)
MAGNUS (vai pensando)
Ora, se o filho do alfaiate qualquer dia
Inaugurava ainda a quinta dinastia!...
Eu sentado no trono!... Eu rei de Portugal!...
Que, rei ou presidente, enfim é tudo igual...
Muita finura agora e muita vigilância,
Observando e aguardando as coisas a distância!...
Magnus! lume no olho e não te prejudiques...
Eu suceder, caramba! a D. Afonso Henriques!!...
Um excerto da "Pátria", peça de teatro de Guerra Junqueiro.
CENA I - Magnus, duque de S. Vicente de Fora. Opiparus, príncipe d’Oiro Alegre. Ciganus, marquês de Saltamontes.
Noite de tormenta. Céu caliginoso, mar em fúria, ventanias trágicas, relâmpagos distantes. O castelo do rei à beira-mar. (...) Entram Opiparus, Magnus e Ciganus. Sentam-se, afagando os cães. Magnus poisa na mesa um pergaminho com o selo real. É o tratado com a Inglaterra.
CIGANUS (apontando o pergaminho e rindo)
Necrológio a assinar pelo defunto!
MAGNUS (com gravidade)
É urgente:
Salvamo-nos...
OPIPARUS (acendendo um charuto)
Perdendo a honra... felizmente!
Inda bem! inda bem! vai-se a ária das Quinas...
MAGNUS (convicto)
Glorioso pendão sobre um castelo em ruínas...
OPIPARUS
O pendão! o pendão!... um trapo bicolor,
A que hoje o mundo limpa o nariz... por favor.
CIGANUS
Enquanto a mim, que levem tudo, o reino em massa,
Pouco importa; o demónio é que o levem de graça.
Mas agora acabou-se!... e, em lugar de protesto,
Vejamos antes se o ladrão nos compra o resto...
Um bom negócio... hem?!... manobrando com arte...
OPIPARUS(soprando o fumo do charuto)
Dou por cem libras, quem na quer?, a minha parte...
MAGNUS(grandioso)
Quando d’ânimo leve o príncipe assim fala,
Não se queixem depois que a dinamite estala,
Nem se admirem de ver o pais qualquer dia
Na mais desenfreada e tremenda anarquia!
Prudência! haja prudência, ao menos, meus senhores...
É grave a ocasião... gravíssima!... Rumores
De medonha tormenta andam no ar... Cuidado!
Não desanimo, é certo... Um povo que deu brado,
Uma nação heróica entre as nações do mundo,
Há-de viver... É longo o horizonte e é fecundo!...
Creio ainda no meu pais, na minha terra!...
Guardo a esp’rança...
OPIPARUS
Bem sei, no Banco de Inglaterra...
A esp’rança e dois milhões em oiro, tudo à ordem...
Não é isto?...
MAGNUS(embaraçado)
Exagero... exagero... Concordem...
Sim, concordem... pouco me resta e pouco valho...
Mas o suor duma vida inteira de trabalho...
Economias... bagatela... um nada... era mister...
No dia d’amanhã, com filhos, com mulher...
Entendem, claro está... era preciso, enfim,
Segurança... Não me envergonho... Enquanto a mim,
Posso falar de cara alta... o meu passado...
OPIPARUS
Se é mesmo a profissão do duque o ser honrado!
É o seu modo de vida, o seu ofício... Creio
Que é daí... que é dai que a fortuna lhe veio
Ninguém lho nega... O duque é dos bons, é dos puros...
E a virtude a render, a dignidade a juros
Acumulados... Francamente, eu noto, eu verifico
Que era caso de estar muitíssimo mais rico
O duque foi modesto: a honra de espartano
Não a deu nem talvez a dois por cento ao ano!
(...)
MAGNUS
El-rei assinará?... o que julga, marquês?
OPIPARUS
El-rei nesse tratado é rei como Jesus,
E, portanto, vão ver que o assina de cruz.
(...)
MAGNUS
Que má língua! El-rei, coitado! uma criança,
Nem leve culpa tem nos encargos da herança...
Não se aprende num dia a governar um povo...
E em casos tais, em tal momento, um homem novo,
Habituado à lisonja, habituado ao prazer...
Maravilhas ninguém as faz... não pode ser!...
El-rei é bom! El-rei é um espírito culto,
Ilustrado... Não digo, enfim, que seja um vulto,
Um talento, uma coisa grande de espantar;
Mostra, porém, cordura, o que não é vulgar...
(...)
OPIPARUS (sorrindo)
Ingénua hipocrisia, duque... Olhe que el-rei
Conhece-nos a nós, como nós a el-rei...
(...)
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Marquês... dum amigo a um amigo!
Entre nós... fale franco: a ordem corre p’rigo?...
O mal-estar.., desassossego... uma aventura...
Os quartéis... Diga lá: julga a C’roa segura?...
CIGANUS
Segura e bem segura. Equivocar-me-ei,
No entretanto, parada feita: jogo ao rei!
Neste lance... No outro... A inspiração é vária,
E bem posso mudar para a carta contrária.
OPIPARUS
(...) Isto da pátria e lar
É boa fêmea, bom humor e bom jantar.
O ditoso torrão da pátria!... que imbecis!
No globo não há mais que uma pátria: Paris.
A nossa então, que choldra e Infecta mercearia,
Guimarães, Policarpo, Antunes, Braga & C.ª
Um horror! um horror! Não temam que proteste,
Se emigrando me vejo livre de tal peste.
Fico por lá... não torno mais... fico de vez...
MAGNUS(imponente)
Incrível! No momento grave em que a Nação
Dorme (ou finge dormir!) à beira dum vulcão,
Nesta hora tremenda, hora talvez fatal,
Há quem graceje como em pleno Carnaval!
E assim vamos alegremente, que loucura
Cavando a todo o instante a própria sepultura...
No dia d’amanhã ninguém pensa, ninguém!
Os resultados vê-los-ão... caminham bem...
Divertem-se com fogo... Olhem que o fogo arde...
E extingui-lo depois (creiam-me) será tarde...
Já não é tempo... As labaredas da fogueira
Abrasarão connosco a sociedade inteira!
A mim o que me indigna e ruboriza as faces
É ver o exemplo mau partir das altas classes,
Sem se lembrarem (doida e miserável gente!)
Que as vítimas seremos nós... infelizmente!
Não abalemos, galhofando, assim à toa,
A égide do Ceptro, o prestígio da C’roa!
Quando a desordem tudo infama e tudo ameaça,
A Realeza é um penhor...
CIGANUS
Destinado a ir à praça.
Questão d’anos, questão de mês ou questão d’hora,
Segundo ronde a ventania lá por fora...
Observemos o tempo... anda brusco, indeciso...
Não arme o diabo algum ciclone d’improviso!...
O trono, defendê-lo enquanto nos convenha;
Depois... trono sem pés já não é trono, é lenha.
Queima-se; e no braseiro alegre a chamejar
Cozinhamos os dois, meu duque, um bom jantar!...
O duque a horrorizar-se!... Eu conspiro em segredo...
Pode ouvir, pode ouvir... duque, não tenha medo!
A república infame, a república atroz,
Uma bela manhã será feita por nós,
Meu caro duque!... E o presidente...
Ora quem... ora quem, duque de S. Vicente?!...
O duque! Não há outro, escusado é lembrar! ...
Um prestígio europeu... a independência... o ar...
Não há outro!... d’arromba!... à verdadeira altura!...
Todas as condições, todas... até figura!
Parece um rei! que nem já sei como se move
Com as trinta grã-cruzes...
MAGNUS(lisonjeado)
Upa! ... trinta e nove!
(...)
CENA II - Os mesmos e o rei
O REI
Faz-me nervoso a noite...
MAGNUS
É da atmosfera espessa...
Eléctrica... Atordoa e desvaira a cabeça...
O REI(apontando o pergaminho)
O tratado?
CIGANUS
O tratado.
MAGNUS
Um pouco duro... El-rei...
O REI (indiferente)
Seja o que for... seja o que for... assinarei...
MAGNUS
Não há dúvida; el-rei anda enfermo... é evidente...
(...)
OPIPARUS
(...)
Pobre do rei... quem o diria!... que mudança!
Oxalá que a loucura, a vir, lhe venha mansa...
Ciganus desdobra o pergaminho e vai ler o tratado.
O REI
Leitura inútil... Deixa lá... Seja o que for...
Seja o que for... adeus!... Assinarei...
CIGANUS
Perfeito.
Não há balas? Resignação; não há direito.
Se entra no Tejo de surpresa um coiraçado,
Quem vai metê-lo ao fundo, quem? A nau do Estado
Com bispos, generais, bacharéis, amanuenses,
Pianos, pulgas, mangas d’alpaca e mais pertences?
A esquadra? vai a esquadra real, um meio cento
De alcatruzes, bidets e banheiras d’assento?
Sacrificar a vida à honra? Acho coragem,
Mas a honra sem vida é de pouca vantagem;
Não se goza, não vale a pena. A vida é boa...
Defendamos a vida... e salvemos a C’roa.
MAGNUS (eloquente)
E salvemos a C’roa! A vida eu dá-la-ia
Pela honra da Pátria e pela Monarquia!
Somos filhos de heróis! mas nesta conjuntura
A resistência é um crime grave, uma loucura
Um pais decadente, isolado da Europa,
Sem recursos alguns, sem marinha e sem tropa,
Tendo no flanco, alerta, o velho leão de Espanha,
Arrojar doidamente a luva à Grã-Bretanha,
Oh, pelo amor de Deus! digam-me lá quem há-de
Assumir uma tal responsabilidade?!...
A pátria de Albuquerque, a pátria de Camões
Abolida era enfim do mapa das nações!
(...)
CIGANUS
E enquanto às convulsões de leão popular,
Como diria o nobre duque, afoitamente
Respondo pelo bicho: um cão ladrando à gente.
Dobrei guardas, minei as pontes à cautela,
E fica a artilharia em volta à cidadela.
Não há p’rigo nenhum. Durma el-rei sem temor.
Boa noite, Senhor...
(..)
(saem o rei, Ciganus e Opiparus)
MAGNUS (vai pensando)
Ora, se o filho do alfaiate qualquer dia
Inaugurava ainda a quinta dinastia!...
Eu sentado no trono!... Eu rei de Portugal!...
Que, rei ou presidente, enfim é tudo igual...
Muita finura agora e muita vigilância,
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1 Comments:
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