18.8.04

Cidadela II (para todos e para ninguém)

Vou deixar falar, várias vezes, o Saint-Exupéry da minha Cidadela. Vou deixá-lo falar e falar através dele a cada um de vós, os que têm feito comigo a ribeira negra que eu sempre fui. No meio falarei eu também. Falaremos todos se quiserem. Eu falarei de mim, que de mim tenho andado calado, e falarei como sempre das coisas que me fizeram assim. Para cada um serão as palavras da Cidadela, e a ordem por que elas forem ditas não tem importância nenhuma.

(a frase do título, "para todos e para ninguém", é a dedicatória de Nietzsche no seu "Assim falava Zaratustra; a "Cidadela" que porei aqui foi traduzida pelo Ruy Belo, e isso bastaria, mesmo que ele não tivesse feito mais nada, para que do Ruy Belo nos devêssemos lembrar sempre.)