28.1.05

Abóboras

Abóboras, pois. Ainda o Público, e ainda a falta de pachorra. A mesma secção de ontem, e provavelmente a mesma luminária jornalística. Mas desta vez a serpente é subtil. A notícia é - já não tenho comigo o texto - sobre um qualquer senador de um recôndito estado Americano (será o Arkansas?) que está a fazer campanha contra o "vício". Nada de novo: taxas à entrada dos bordéis, insinuações de censura, restrições à exibição de filmes "pornográficos". O menino (bem, eu acho que é uma menina) que dá a notícia termina dizendo "claro, diversas associações já fizeram sentir que tudo isto é uma ameaça à liberdade de expressão".

Abóboras. Quem se incomoda com o "velho marado" (roubei esta expressão ao Dervixe) do meu post anterior ao ponto de sugerir que ele seja "refreado" na "divulgação" das suas ideias fazia bem em não pôr aqui um ar indignadinho. A verdade é que custa muito a liberdade. E isso lembra-se de, há muitos anos, encontrar eu um amigo jornalista que vinha de entrevistar um chefe de Estado estrangeiro. E contava-me que ele dissera "liberdade sim, mas como nós a entendemos". Está-se mesmo a ver quem é? Não está não. TODO O PODER USA ESTAS PALAVRAS.