22.1.05

American Beauty



Lembro-me de ver este filme na mesma semana florida em que vi o Magnólia, e de ficar perplexo pelo facto de quase toda a gente com que falei o achar uma obra-prima. Não gosto de becos sem saída, mesmo perfumados a rosas, e o sorriso luminoso - o luminoso que só o preto e branco pode dar - com que acaba o Magnólia e principia a redenção vale mais para mim do que a genialidade deste sonho feito de rosas vermelhas, silêncios baços e um saco de plástico que se julga pássaro enfim livre.

O que eu não sabia - aprendi-o agora mesmo, no autocarro em que voltei da Feira da Ladra, folheando mais um livro de meio euro sobre a história do poder do petróleo e do poder das sombras do mundo - foi que American Beauty é o nome de uma variedade de rosa, daquelas que são criadas para concursos e para milionários frívolos, que deu pretexto a um discurso de Rockefeller (na altura, o homem mais rico do mundo, o mais poderoso dos nossos senhores-barões) dirigido aos estudantes de Harvard. Deixo-o aqui, sem mais comentários, para todos os que, como eu, viram o milagre das rosas ao contrário que este filme inquietante nos mostra:

"A rosa American Beauty só pode atingir o grau de beleza e de perfume que nos encanta se lhe sacrificarmos os outros botões que a rodeiam. No meu mundo dos negócios acontece o mesmo, não devido a uma tendência maléfica mas simplesmente ao jogo de uma lei da natureza e de uma lei de Deus".

1 Comments:

Blogger Andreia Cavaca said...

é um grande e maravilhoso filme...m prefiro encar a American beauty como a rosa que pintei durante o filme...=P

24/1/05 14:19  

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