7.5.05

Madrid

Em Madrid, desde ontem. Contente por estar aqui (e o pc escreveu restar aqui, pois...), mas falhei o Prado e o Thyssen e acordei só agora e talvez amanhä possa ver os meus quadros do Caspar David Friedrich, também gostava de ir ao Rastro. Em Madrid desde ontem, e Madrid tem os sabores que sempre pensei que havia de ter.

Eu näo devia estar aqui. Há tanta noite em Madrid.

Eu quero voltar. Madrid faz parte de mim.

Como será viver täo longe do mar?! Mas eu näo vejo o mar há meses, e era preciso.

(...). Pois. Mas sou teimoso demais para isso. Tu sabes, näo é?

Os abismos foram feitos para que pudéssemos voar. Näo, as nossas asas näo sabem de céus. E Madrid é cidade de fogo e de terra (Lisboa água, Barcelona há-de ser ar, mas näo a vi nunca. Gaudi era impensável aqui).

Reparei que se bebe mais vinho, menos cerveja. Reparei na Plaza de Cibeles, täo bonita. Reparei numa rapariga que passou por mim quando saí do hotel para deixar a cidade entrar em mim, täo bonita. E sim, vestia de negro e de veludo e tinha os cabelos täo lisos. Reparei que há coisas mais soltas aqui do que em Lisboa. Sonhei tanto durante a noite, eu tinha um quarto com livros empilhados e as prateleiras derrubavam-se e eu soube que era o fantasma da minha irmä morta, "the younger sister". E chamei-a como näo sabia que se podiam chamar os fantasmas, sonho estranho. Mas näo havia tempo a perder. Madrid é o contrário das glicínias.