Fugiu de casa, dois minutos a porta da cozinha aberta. Talvez o apelo do sol. Ao contrário do que é costume, não voltou ao fim de duas horas, nem ao fim de seis horas. Não veio reclamar o jantar. Quatro dias e quatro noites andou por aí, como andamos todos no mundo. Sozinha. E depois voltou, derrotada. Magra. Ferida. Que inimigos enfrentou, que aventuras? E as aventuras não terminam sempre bem.
Ontem à noite, o Gatinho foi operado. Sobreviverá, até ao próximo desafio. Perdeu um olho. O outro continua tão azul como no primeiro dia. Diante da Vida, só podemos ajoelhar em espanto.
Já descobri o que me faz não gostar de Agosto. É duro morrer sob o sol. O fogo deve ser só o antigo fogo das piras dos heróis. E lembro-me de Alcacer-Quibir (ontem). Em Agosto, a derrota queima.
5 Comments:
"talvez o apelo do sol"
...porque a luz, quando em demasia também queima!...
um abraço
Recordo que a minha mãe disse sempre para ter cuidado com o mês de Agosto. É que, segundo ela diz, anda o 'Diabo' à solta...
Eu nasci em Agosto... talvez seja um diabinho... he he he
O diabo anda à solta apenas no dia 24 (na noite de S. Bartolomeu)... Nos outros dias está preso a nós.
E, Sophia, nunca duvidei disso.
preferia ser um anjinho... mas temos que nos conformar com a nossa condição né?
beijinho do diabinho que queria ser anjinho (tantos "inhos" bahh!)
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