28.12.05

Boas Festas



Aqui - como convém aos mortais -
tudo é divino.
E a pintura embriaga mais
que o próprio vinho.

[versos de Sophia, pintura de Adolphe-Guillaume Bouguereau.
Não sei se alguém percebeu já que foi isto que eu sempre quis
dizer na Ribeira. Eu mesmo só o fui entendendo devagarinho,
e com a vossa ajuda. Tudo o resto são caminhos de andar.]

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

descalço?

29/12/05 09:33  
Blogger RedDevil said...

...

ola pessoal.
tudo bem com voces?
sincerely, espero que sim...
;o)

eu desejo para todos aqueles que frequentam este blog um feliz ano novo... que o ano de 2006 lhes traga muita saude, felicidade, paz de espirito, etc e talz, tudo de bom, em suma...

e tambem lhes peço desculpas por nao ter feito um post na epoca do natal, mas na minha profissao esta epoca do ano eh sempre dificil, o trabalho sempre aumenta, e eu tambem tive um outro motivo para me ausentar, motivo esse que me deixou muito feliz, o qual voces poderao ver baixando gratuitamente a ultima ediçao da revista DB FreeMagazine (o motivo esta na capa da revista...;o), sendo que no meu blog, no ultimo post que eu fiz, tem maiores detalhes sobre a historia toda, e aaaqui tem algumas imagens que nao constam no meu artigo, que nao sairam na revista...
;o)


um feeelizzzzzzzz 2006 para todos voces!!!


[]s
força sempre!!!
ate +++

Luiz "RedDevil" Stefanski

1/1/06 12:47  
Blogger Confessionário said...

Um ano de 2006 cheio de amor. É costume desejarmos muita saúde e paz. Mas que seria destas sem amor!?
Já tenho saudades tuas, amigo. Daqueles tempos em que te ouvia (ou lia) a dizer tanta coisa ao mesmo tempo... e tanta palavra cheia de amor!
Um grande abraço.

1/1/06 22:21  
Blogger Lord of Erewhon said...

Eh lá! Isso sim, são boas festas! Eu, plo menos, ñ lhe pouparia festas! JAJAJA!!!

2/1/06 11:24  
Anonymous Anónimo said...

"quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar"

Sophia de Mello Breyner Andresen

2/1/06 14:21  
Anonymous Anónimo said...

O vinho não é para embriagar. É sim para envolver os sentidos e de caminho encher a alma. A imagem poética denigre o vinho e tá mal. Com a vinhaça não se brinca e a bebedeira é um insulto ao vinho. Mai nada.

2/1/06 14:47  
Blogger Vítor Mácula said...

Caríssimo Goldmundo.

O que é verdadeiramente curioso é essa conveniência discordante entre os humanos e o divino. Mesmo “suspendendo” a existência de Deus – e que se “explique” a produção do divino por alienação de poderes próprios projectados e infinitizados numa representação, ou por desvios psíquicos e recalcamentos, ou por reflexo estrutural da sociedade e natureza, ou por estertores poéticos intensificados, etc etc etc – não deixa de ser curioso tanta capacidade de resposta e invenção e beleza. Afinal, nem só os romanos são doidos.

Quanto a mim, desejo que a sobriedade dum apóstolo me embriague a poesia. Mas isto sou eu a puxar a brasa à minha sardinha.

Um grande abraço, e boas e belas festas.

4/1/06 11:09  
Blogger Goldmundo said...

É... mas o que é estranho e inquietante, Vítor, é haver uma beleza, como direi, não-pacata; há a poesia e a bondade e as danças e as crianças, claro... mas porque é que o tremendo e o desmesurado nos surgem também envoltos neste manto negro?

E recordo-me do verso do Rilke: "todo o anjo é terrível". (mas aqui já sou eu a puxar a brasa...)

4/1/06 15:07  
Blogger Vítor Mácula said...

Eh la, Goldmundo, mas isto não sei se não será entrar na zona vermelha...

Como que dá impressão que por trás de todas as coisas, há um abismo. A estrita apresentação duma cadeira na varanda, tal toda assim brotando do nada, porque não é eterna - quero dizer, aquele momento, não esteve sempre ali. E por extensão, nós próprios, imersos naquilo que não somos, e que é vasto como o silêncio em que se ouvem os sons, nós próprios aqui com os nossos pequenos momentos que se sucedem extinguindo-se em réstias de imaginação.

E, um pouco estranhamente, é como se intuíssemos que nesse nada de nós, a que não temos contacto nem acesso, pode haver algo, e que não é como as coisas, as nossas coisas - pois que é precisamente esse o motivo da sua inacessibilidade e ausência. Ainda não é o divino, mas tão só um estertor provocado pelo conceito vazio da ausência de nós próprios, e que nos é imposto pressupor, sabe-se lá por que obscura intuição. Algo de irrepresentável, tal como a cadeira quando não está lá ninguém para olhá-la. Como é que é uma cadeira não vista? Pois é o halo escuro da cadeira não vista que a envolve, à cadeira vista, tal capa de negação, que nos interroga e assusta e abala. É por isso que as cadeiras gritam, e certos pintores as pintam.

Enfim, o terror deve vir logo ao primeiro raio de presença. Muito antes da apresentação das coisas. Só connosco próprios, sem barriga de mãe nem mãos amigas. Um solipsismo estridente de não solipsismo, sabendo do mais fundo do tempo e antes de todas as coisas assim como das nossas próprias entranhas - que há algo lá fora, por trás das sereias e dos horizontes estilhaçados.

É duma estranha alegria, a beleza da vida. Das que exigem vigor e coragem de criança moribunda, ou por nascer.

E pronto, isto pelo menos para mim volta um bocado à zona vermelha... É que isto da brasa e da sardinha torna-nos um pouco repetitivos. Lembro-me dum amigo meu, que me dizia há tempos que para se chegar a algum lado, era preciso uma decidida obsessão - como quando se ama. E lembro-me também do Poe, quando lhe fizeram constatar que os seus contos tinham ecos do romantismo alemão, e ele pensativamente replicando: Pois, mas o terror não nos vem da Alemanha, vem-nos da alma. É um bom aliado, este Poe, como diria o poeta.

E é claro que os anjos são terríveis. (E também certos pintores os pintam, e certos poetas os cantam.) E claro também que estas parcialidades digo eu agora frente ao computador. Porque quando as coisas se apresentam nas suas sombras brilhantes (e até tenho vontade de dizer: na vida profunda), calo-me. Isto é, tudo o que se possa dizer… não sei se significa lá grande coisa, alguma sim, mas enfim…

Um abraço.

5/1/06 12:01  
Blogger aquilária said...

a Beleza, goldmundo, é convulsiva.

5/1/06 12:10  
Blogger aquilária said...

ooops! no comentário anterior, citei andré breton. só "personalizei" escrevendo Beleza, com B maiúsculo. :)

5/1/06 12:25  
Blogger Goldmundo said...

Caríssimos - Vítor a Aquilária - os vossos comentários vão para um post, pode ser?

Porque este é o bom combate.

5/1/06 16:15  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro Goldmundo.

Estás à vontade!

5/1/06 16:51  
Blogger aquilária said...

OK, goldmundo!

5/1/06 17:53  

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