13.12.05

Como um rio



Ando a pensar na vida, ando com pensares parados à espera que tenha tempo para os receber. Ando a pensar, a ver que andam paradas as coisas que sou. Anda o mundo, e eu vou parado com ele.

Lembrei-me hoje dos rios, pensei que pensamos neles para dizer que as águas não passam duas vezes. Coisas vistas e pensadas por quem anda parado à margem, coisa importante a aprender. Mas a grande lição, a lição que mais nada no mundo podia dar, essa não é da margem que a aprendemos mas do barco, que é canção das águas levadas. É no barco que podemos ficar parados, porque o próprio caminho se pôs a andar. Podemos ficar deitados comode itados na margemd e ontem, mas hoje as árvores andam, e ontem ainda eram a sombra mais quieta. Grande lição a do rio. Grande coisa andar embarcado.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Anda-se a ler o Siddartha do Herman Hesse. Deixa de contemplar e mergulha. Ou então vai ao peixe à toca.

14/12/05 09:51  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro e verdadeiro Goldmundo.

Vejam, vejam, como é curioso: rochedos que navegam - Oiço eu por vezes no sonho e na vigília, ao correr dos dias estremunhados.

Abraço.

14/12/05 11:53  
Blogger C. J. said...

Os rios correm sempre, sempre, sem parar, é como nós deveríamos ser - sermos sem parar...

15/12/05 14:19  

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