É dificil escrever assim, tão dificil. É dificil ser sempre dois, juntar as coisas que em mim separam. E nestes dias tenho andado tão triste.
Tenho que escrever aqui uma coisa só minha, hoje é tarde e hoje não pode ser. Acabo de escrever uma carta grande (um e-mail) e tudo se apagou no fim. Vi um filme em que eu entrava e não sabia que entrava. Tenho que falar de coisas que se passam no mundo à minha volta. Tenho que fazer tantas coisas e só queria ficar calado. E quieto.
Amanhã se puder regresso ao meu outro blog, o Maré Negra, e escrevo alguma coisa sobre as conversas que fui tendo em vários lugares sobre o casamento e a "homosexualidade" e o amor e deus e os contratos, eu que não queria falar muito de nada disso (prometi à Zazie, num post ali em baixo, e o que li noutros sítios não me deixa fechar os olhos). Aqui na Ribeira hei-de escrever a mesma coisa por outras palavras, por palavras que não são para mais ninguém. Não tenho tempo para fazer mais, e não tenho forças para fazer menos.
Escrevemos sempre o mesmo poema, dizia-me uma amiga há dias. Pois. E calamos sempre o mesmo poema também.
10 Comments:
Mestre Gold.
A malta já comprou um John Player Special que está disponível na tasca ao lado de casa, não sei se por tradição se por reacção a este oh quanto ilegítimo aumento do custo deste porventura questionável hábito de afrontar a temporalidade com voláteis fumaradas :)
E aquilo ainda por cima é dum negro que brilha! ;)
Pronto e agora vou fumar um johnplayerzito e ler o post...
Abraço.
PS: Então o mister Chesterton na Maré vai começar a descer na página até porventura desaparecer arquivado?... Porreiro, porreiro...
E cá estou eu.
Mestre, os ecos do teu silêncio e murmúrios da tua ribeira dão luz ao meu calar e interrogam o meu dizer.
Lembro-me do outro dizendo que perante a morte só falamos com a nossa língua materna; e eu diria que perante a vida vivida, só calamos com a nossa língua materna.
E ainda me lembro dum terceiro, dizendo que acerca de Deus nada podemos dizer e simultaneamente nada podemos calar.
por mim podes quebrar a promessa na maior. Acredita. O assunto não tem grande interesse
O que pode ter são as facilidades com que se tomam posições e se fazem acusações sem se pensar dois minutos sobre nada (isto não é indirecta para ti, é uma constatação minha)
obrigado, zazie :) mas não se trata só de promessa. Embora chegando a conclusões opostas (?) tambéma cho que não se pensa dois minutos.
E sempre é uma alternativa às benditas caricaturas do Profeta.
Vitor, abraço grande. De negro que brilha.
pois eu balanço entre as caricaturas e o casamento gay ehehe porque o fenómeno parece-me idêntico- propaganda!
Mestre Gold!
Hoje ao beber o meu café da manhã, com o maço de John Player em cima da mesa, o que me salta repentinamente aos olhos: JPS! Caligraficamente desenhado a dourado no preto… Eh eh eh João Paulo II… A dourado!...
Bem, rendi-me totalmente a estes cigarros, bem que podem agora aumentá-los…
Negro brilhante, com um caligrama papal a dourado ecoando também a vida de qualquer João ser um jogo especial, e com uma remissão para a noção de origem (“original” diz a dourado sobre um “BLACK” a cinzento que parece indicar o tédio dos dias que passam…)… Uau!...
Eh eh… Abraços…
Vítor, já te avisei que não podes confiar em mim, não já? Por essas e outras.
Um abraço grande.
(só para deixar um abraço)
Vim ver como estava a tua aura hoje...está um pouco acinzentada! Para quando menos peso em cima das costas e menos soluços no coração?
Beijinho,
Se fizeres aquilo que queres vais descobrires que é exactamente o que não queres que fica feito... e será um alívio de muito pouca dura, mas um alívio.
"Escrevemos sempre o mesmo poema". "E calamos sempre o mesmo poema". É isso.
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