O meu sítio dos arcos de pedra é às vezes um sítio feito do mais puro metal; o meu lugar do início é às vezes o lugar dos hinos do fim. E há noites em que nele só me faltam o fogo e o frio.
Há um sítio na minha noite em que a noite se faz a casa abrigada. Há um sítio feito de arcos de pedra e vultos negros em que às vezes marco encontro comigo e com tanto que dentro de mim anda quieto. Há um sítio em que quase faço o mundo parar. Mas às vezes passam lá estranhos passos.
É como se da noite nascesse a chama mais alta. É como se das sombras nascesse a força maior. De repente não é nas paredes e na pedra que há coisas, mas no centro que está a fúria e o canto e a raiva e a voz dos sangues.
Arcos de pedra, noites de metal. Estranhos passos. Mas há uma história antiga, sim - na pedra foi cravada a espada mais forte, a espada feita do aço verdadeiro. E aquele que souber empunhar o metal que a pedra afaga será para sempre o rei da terra dos homens.
2.7.04
O lugar do início (IV): pedra, metal
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